Mosquito preocupa: aumentaram as doenças

Uma ação integrada das secretarias da Saúde, Assistência Social, Meio Ambiente e Viação e Obras, quer minimizar os riscos causados pelo mosquito Aedes Aegypti.

Fazem alguns anos que convivemos com o problema que até a pouco tempo estava mais circunscrito a dengue e suas formas de infecção. Mais recentemente o mesmo mosquito (vetor transmissor) ficou mais perigoso e passou transmitir outras doenças graves como: febre chikungunya, zika e agora, com eminente risco, febre amarela. Uma reunião no gabinete do prefeito Germano Bonamigo, na segunda-feira (20/2), definiu uma série ações.

Uma das ações de mobilização para o combate ao mosquito Aedes aegypt vai acontecer nesta quarta-feira (21/2), por meio do programa Família Paranaense, coordenado em Céu Azul pela Secretaria de Assistência Social e o CRAS. Na esquina das ruas Curitiba com a Marechal Rondon, uma equipe vai ficar de plantão o dia todo fazendo a distribuição de material educativo e esclarecendo dúvidas da população sobre formas de prevenção. Uma campanha de vacinação contra febre amarela será realizada e buscará imunizar o maior número de pessoas possível.

Muitas pessoas não lembram se já se vacinaram contra a febre amarela, para aquelas que mantém a carteirinha de vacinação a resposta é fácil, é só conferir o documento. Mas a Secretaria de Saúde de Céu Azul mantém um banco de dados que pode informar se o cidadão já tomou uma dose da vacina no município.  A vacina contra a febre amarela é indicada para pessoas entre 9 meses e 60 anos, é aplicada via subcutânea, na região do braço. O efeito protetor ocorre a partir do décimo dia e age estimulando o organismo a produzir sua própria proteção contra o vírus.

Existe uma programação de mobilizações, que envolvem toda a comunidade, que vão desde mutirões de limpeza, com calendário definido (confira a data para seu bairro), a algumas ações pontuais, que atendem problemas específicos, de pessoas que colocam em risco toda uma vizinhança por se recusarem a fazer o recomendado, eliminando criadouros do mosquito. Para isso a Equipe de Endemias da secretaria de saúde conta com o apoio da Polícia Militar que garante a segurança dos agentes no comprimento de sua tarefa.

MAIS SOBRE AEDES AEGYPTI

O Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya, da zika e da febre amarela urbana. Parece que chegou às Américas nos navios que traziam escravos da África para trabalhar na lavoura e na mineração. Seu ciclo de vida  compreende quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto.

Menor que os mosquitos comuns, o Aedes aegypti é preto com pequenos riscos brancos no dorso (com o formato de uma lira), na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

O macho, como acontece em várias outras espécies, alimenta-se de nectar e seiva das plantas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos, que são depositados separadamente nas paredes internas de objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência.  A postura dos ovos é distribuída em vários criadouros, como estratégia para garantir a preservação da espécie. No início, eles são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes.

Mesmo quando a água seca, os ovos não morrem e eclodirão tão logo as condições de umidade e temperatura (dias quentes e chuvosos), voltem a ser favoráveis, o que pode acontecer muito tempo depois. Se as fêmeas são portadoras do vírus no momento da postura, o mais provável é que grande parte de suas descendentes já nasça infectada (transmissão vertical), o que as torna aptas para transmitir a enfermidade, tão logo o vírus complete seu ciclo evolutivo no interior do corpo do inseto.

O  Aedes aegypti é um mosquito urbano, que prolifera em áreas de maior densidade populacional. Próprio das regiões tropical e subtropical, não resiste a baixas temperaturas nem a altitudes elevadas. Estudos demonstram que, uma vez infectada e isso pode ocorrer numa única inseminação, a fêmea jamais deixará de transmitir o vírus.

As fêmeas do A. aegypti preferem o sangue humano como fonte de proteína ao de qualquer outro animal vertebrado. Em geral, picam os pés, os tornozelos e as pernas das vítimas, porque voam baixo. Atacam de manhãzinha e ao entardecer. Sua saliva possui uma substância anestésica, que torna quase indolor a picada. Tanto as fêmeas quanto os machos buscam abrigo dentro das casas ou em terrenos próximos, na vizinhança. Embora sua presença tenha sido registrada em algumas zonas rurais, acredita-se que ovos ou larvas desses mosquitos tenham sido levados em recipientes utilizados no transporte de objetos ou mercadorias para diferentes regiões.