Dengue no mês de março: Aprendemos com a dor

Março é um mês que não traz boas lembranças quando se fala de dengue em Céu Azul. Nos dois últimos anos (2015/2016) o município viveu neste mês epidemias da doença que, pelo visto, fez a população e agentes públicos aprenderem com a dor. Nestes dois anos os cuidados foram redobrados, a população tomou uma maior consciência que está nela a grande responsabilidade de eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti e, por sua vez, a saúde pública vem atuando de maneira mais incisiva, efetiva, no combate ao vetor (transmissor), que a cada ano que passa fica mais perigoso, com a transmissão de outras doenças também: febre chikunguya, zika vírus e febre amarela.

Uma ação prática, que sempre apresenta bons resultados, é interatuar com as crianças nas escolas municipais. A mensagem quase sempre é bem assimilada e chega até as famílias, onde as mudanças de costumes são os alvos principais das ações. Como ninguém consegue combater efetivamente o que não conhece, a Secretaria de Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde e Combate a Endemias, está percorrendo as escolas levando informação e conhecimento sobre os riscos de não se combater o Aedes aegypti.

Leunilda Ahlmann, que coordena os trabalhos nesta área em Céu Azul, lembra que mais de 1.000 (das 1.400) crianças matriculadas nas escolas, estão sendo alcançadas pela estratégia. “Hoje elas [as crianças] são nossos maiores aliados no combate ao mosquito. Estamos trabalhando com material que desperta o interesse delas e o resultado está sendo positivo”, declara. Entre os materiais distribuídos estão um jogo de trilha (Caminho do Mosquito), panfletos e sementes de crotalária, planta que atrai as libélulas, inimigo natural do mosquito. Além da distribuição do material educativo, os agentes esclarecem dúvidas sobre as melhores práticas de prevenção.

O prefeito Germano Bonamigo acompanhou uma das abordagens, no CEMEI São Francisco. “Temos consciência que na guerra contra o mosquito não pode haver trégua. Não é porque a infestação é menor hoje que devemos relaxar. Criadouros dos mosquitos ainda são facilmente encontrados. Mas com ações estratégicas como esta, esperamos minimizar cada vez mais os riscos de nova epidemia”, disse. O fato é que, mesmo com risco eminente, Céu Azul não teve nenhum caso registrado de qualquer uma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti neste ano. O que de certo modo coloca uma enorme responsabilidade nos ombros de todos os atores desta história.